11/09/2008

Criminosos do Alviela


JORNAL "O PÚBLICO
Descarga poluente mata milhares de peixes no Alviela

Uma descarga poluente detectada ontem na freguesia de Vaqueiros, Santarém, matou milhares de peixes no rio Alviela. A autarquia acusa a estação de tratamento de águas residuais (Etar) de Alcanena de estar na origem da poluição.



Ao início da tarde de ontem, centenas de peixes começaram a aparecer com sinais de falta de oxigénio, contou Firmino Oliveira, presidente da Junta de Freguesia de Vaqueiros. "É um inferno assistir a este agonizar dos peixes", afirmou.
Poucas horas depois de detectada, a água de cor turva abrangia vários quilómetros, disse Firmino Oliveira, citado pelo “Jornal de Notícias”.
No local estiveram dois elementos do Sepna, o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR.

A fonte poluidora ainda não foi identificada. Mas Firmino Oliveira aponta culpas à Etar de Alcanena, uma vez que “não há pecuárias a montante da freguesia e o forte cheiro que se sente é a crómio”.
O presidente da Câmara Municipal de Alcanena, Luís Azevedo, garantiu ao jornal que ontem a Etar não teve problemas de funcionamento.

Firmino Oliveira lamentou, ao "Diário de Notícias", que apenas a GNR tenha comparecido no local e sem meios para uma intervenção imediata que permitisse identificar os autores do crime ambiental. "A GNR não dispõe dos equipamentos que permitam fazer recolha de amostras de água e de peixe para análises e o Ministério do Ambiente não compareceu no local o dia inteiro", disse ao "Diário de Notícias".

A bacia do rio Alviela é partilhada pelos concelhos de Porto de Mós, Santarém, Alcanena, Torres Novas e Golegã e todos estes concelhos contribuem para afectar a qualidade da água do Rio, com cargas poluidoras diferentes, defende a Câmara Municipal de Santarém.

Mas a poluição mais frequente do rio Alviela é causada pela indústria dos curtumes em Alcanena e pelas suiniculturas, boviniculturas e aviários, de acordo com o "Estudo para a Recuperação do Ecossistema do Rio Alviela", lançado em Agosto pelo presidente da Câmara Municipal de Santarém.
09.09.2008 - 11h25 Lusa, PÚBLICO



JORNAL "EXPRESSO"
Descarga mata "milhares de peixes" no Alviela
O presidente da Junta de Freguesia de Vaqueiros (Santarém), Firmino Oliveira, denuncia que a descarga que está a matar "milhares de peixes" no Alviela é a maior desde Outubro de 2003.

Firmino Oliveira acusa os responsáveis pela recolha de análises e pela minimização dos efeitos desta contaminação de "negligência" e lamenta que as associações de defesa do ambiente, "sempre prontas a falar na comunicação social", ignorem por completo o drama do Alviela.

Segundo o autarca, apesar de terem passado 24 horas sobre a denúncia da situação junto a Vaqueiros (a montante, o problema começou a sentir-se mais cedo), até ao momento a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) não fez ainda qualquer recolha para análise.

No entanto, fonte da CCDR-LVT disse à Lusa que a colheita foi feita às 9h30 de hoje e que o resultado levará alguns dias a ser conhecido. Firmino Oliveira contrapõe: a colheita, "se foi feita", não foi na zona de maior concentração, junto ao "mouseiro" (antigos moinhos), "nem disso foi dado conhecimento" aos responsáveis autárquicos.

A mesma fonte da CCDR-LVT adiantou que esta entidade fez um acordo com a Câmara Municipal de Santarém, que se responsabilizou pela recolha do peixe morto.

Mas, para Firmino Oliveira, a Câmara Municipal de Santarém não tem os meios necessários para a retirada do peixe morto, insistindo que o peixe espalhado por uma extensão de cinco quilómetros tem que ser retirado com a ajuda de barcos.
Firmino Oliveira afirma que há já peixes em putrefacção, o que representa "um perigo para a saúde pública", criticando o facto de nada estar a ser feito nem para salvar os peixes que ainda lutam desesperadamente à procura de oxigénio nem para retirar do leito do rio "os milhares já mortos".
"Sentimo-nos abandonados", alerta, afirmando que os peixes mortos se espalham já por uma extensão de cinco quilómetros do rio, que apresenta uma cor escura e espuma castanha. "É um crime ecológico de grande envergadura" num rio que se regenerou nos últimos cinco anos, depois da grande descarga de Outubro de 2003, e que agora volta a ficar "envenenado".

O autarca, que está no terreno com populares a recolher algum do peixe morto, tem responsabilizado a estação de tratamento de águas residuais de Alcanena (que trata os efluentes das fábricas de curtumes) pelas descargas que "envenenam o rio".

Terça-feira, 9 de Set de 2008 - EXPRESSO



COMENTÁRIO E COMENTÁRIOS

A notícia tem corrido na comunicação-social e basta ler alguns comentários na página do PÚBLICO para ficarmos de boca aberta. Isto é um atentado e uma calaminade que se passa nas nossas barbas todos os dias, e já lá vão uns anos, e os responsáveis ficam impunes e passam a vida a assobiar para o lado.
Organizam festivais, inauguram carsoscópios, botam discursos, gastam milhões em projectos, mas a porcaria continua a mesma. De quem é a culpa?? Somos uma geração de tretas, num país de faz-de-conta.

Do site PÚBLICO.PT transcrevo alguns comentários:

10.09.2008 - 00h42 - Marco, Santarem, Portugal
Hoje estive la, realmente é incrivel que nao deem condiçoes aos GNR-SEPNA para fazerem um melhor trabalho, pois assim a sua actuaçao é mais do que limitada. Fui lá com técnicos da CMS para ajudar a recolher peixes mortos e mudar peixes em dificuldades para locais onde a água estava limpa, por serem braços do rio que formaram charcos. A populaçao está desolada, pois gostam do seu rio e os peixes às vezes servem de entretem para umas pescarias, e sao a prova de que o rio pode ser um sitema vivo desde que respeitado, no entanto é como se vê. Uma burocracia do caraças para recolher amostras (válidas como prova), a CCDR que so aparece no dia seguinte à descarga, e as cenas do costume... é País do faz de conta... vale a boa vontade de funcionarios de Camara e de Junta que vao para o rio sem que seja esta a sua competencia, mas k vao, vale a vontade dos populares e pescadores que transferiram peixes vivos para afluentes proximos e tanques para posterior reintroduçao... (mas até estas actividades positivas podem ser multadas, pois a DGF e o ICNB exigem licença para tranferir especies piscicolas de lugar... embora neste caso ocorreu tudo dentro da mesma sub-bacia hifdrografica).

09.09.2008 - 15h41 - Helio, Bruxelas
Que deseculpa esfarrapada, a GMR não tinha meios!? valha-nos alguém porque parece que anda tudo a passear de mãos nos bolsos, foram lá fazer o quê? ver os peixes a morrer? Então não há responsáveis? optimo assim ficva tudo bem, ninguém se zanga, e o rio? que se lixe não é? para que serve um rio? Estas pessoas não tem a noção da responsabilidade. Há alguma coisa que se possa fazer para minimizar os efeitos, Srs da Quercus? Ou só servem pra fazem o que o resto da Pais faz, culpar culpar culpar? Parece que anda tudo a sonhar, anda tudo a dormir, parecem toupeiras não vêm nada, só andam lá pra ganhar o dinheiro e nada mais,cheira a crómio, e mesmo sem as provas que a GNR não tem e devia de ter, e devia ser responsabilizada por esse facto, cromio é usado na ETAR, o Parolo que lá trabalha adormeçeu só pode. E como é amante dum GNR, conseguiu manipula-los. Eu não vejo a outra explicação, por mais absurda que seja, nunca é tão absurda como o que aconteceu neste caso e esta noticia explica

09.09.2008 - 15h21 - Robin dos Bosques, Porto
Mas que país de energúmenos. Destroiem a natureza. (...). Deviam ser todos fuzilados.

09.09.2008 - 12h42 - Poveiro, Portugalissimo
Alcanena é natural que tenha esgotos com poluição quimica perigosa porque tem fábricas de cortumes, e o tratamento das peles provoca grande consumo de água e poluição. Requer uma etar muito evoluída para fazer tratamento. Com crómio, se não foi a etar , foi um fabricante de peles, está explicado.

09.09.2008 - 12h10 - someone with magical powers, somewhere
Alcanena diz tudo. Nunca gramei aquela terra por alguma razão... Junk everywhere XD


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