11/06/2008

Camionista mortalmente atropelado em Alcanena




Zibreira, Torres Novas, 10 Jun (Lusa) -- Um forte aparato policial, com a presença do Grupo de Intervenção da GNR, procurou conter a revolta dos camionistas paralisados junto ao entreposto do Minipreço da Zibreira, onde um elemento do piquete foi atropelado por um motorista.

Rodeando o corpo de José Ventura, o proprietário de uma pequena empresa de transportes atropelado mortalmente pelo camionista que tentou deter, as dezenas de motoristas só deixaram remover o cadáver cerca de duas horas depois, "para mostrar ao país que foi um assassinato".

O corpo, coberto com uma lona vermelha, permaneceu no chão até cerca das 15:00, altura em que os motoristas em protesto deixaram que fosse levado numa ambulância dos bombeiros de Torres Novas.
"Foi um assassinato. Estávamos pacatos, ordeiros. Este homem foi assassinado", gritaram quando a câmara da RTP chegou ao local.



Luís Ventura, filho da vítima, assegurou que o pai apenas mandou parar o camionista, como fizeram com todos os outros que procuram sair do entreposto do Minipreço, situado próximo do nó da A23 com a A1.
"Ele não parou, nem obedeceu ao stop, enrolou-o no camião. Vi-o ficar em baixo das rodas. Fiquei com a minha vida destruída. Só peço que parem o país", disse, sublinhando as dificuldades que os pequenos proprietários atravessam, com compromissos que não conseguem cumprir.

Os cerca de vinte camionistas estavam a grelhar febras num assador colocado no separador da via de acesso ao entreposto, quando o incidente ocorreu.

Manuel Agostinho, um dos elementos do piquete, disse à Lusa que, tal como têm feito com todos os camionistas que procuram sair, mandaram parar para perguntar se aderia ou não ao protesto. "A GNR não deixa haver paralisação, por isso, incentivamos a aderirem ao protesto e só pára quem quer", assegurou.

O condutor do camião que atropelou José Ventura foi de imediato detido pela GNR, que tem estado em permanência junto dos camionistas parados na estrada nacional 3, junto ao acesso do entreposto.
O camião foi rebocado por uma viatura da GNR.
A chegada do grupo de intervenção da GNR causou a indignação dos camionistas, o que levou a que os seus elementos fossem colocados a algumas dezenas de metros do local da concentração.
A GNR começou a desviar o trânsito, não estando a permitir a passagem de viaturas na EN3.
MLL. Lusa/fim in "Visão"



O porta-voz da GNR Costa Lima adiantou à Agência Lusa que "as causas exactas" do sucedido só serão conhecidas no final do inquérito (investigação), mas que, "numa primeira análise, por aquilo que foi apurado no local, ficou a sensação, por recolha de opiniões", que a vítima terá "tentado segurar-se ou agarrar-se ao camião e terá escorregado, tendo sido colhido pelo camião".
In "Barlavento Online"

José Ventura, o camionista que morreu na tarde de terça-feira vítima de atropelamento por o condutor de um camião que tentava furar o bloqueio, terá escorregado quando tentava agarrar-se ao veículo, à semelhança do que faziam outros elementos do piquete situado na estrada nacional 3 (EN3), junto ao viaduto por cima da A23.
A informação foi prestada a O MIRANTE Online pelo Tenente Figueiredo, da GNR, que testemunhou o atropelamento. Ao contrário do que afirmam os colegas da vítima mortal, que o atropelamento terá sido intencional, o tenente da GNR considera que se terá tratado de um infeliz acidente.
A única certeza é que o camionista, de uma empresa do norte, só parou o veículo quando obrigado pela Guarda, cerca de 150 metros após o acidente. De acordo com as informações prestadas pelo Tenente Figueiredo, o condutor do camião estava detido e iria ser presente a tribunal. Ao que tudo indica respondendo pelo crime de homicídio.

Sem comentários: