29/06/2008

215 casos de violência doméstica


O Gabinete de Apoio à Vítima de Santarém abriu 215 processos ao longo de um ano de trabalho.
Este gabinete é o único existente em todo o distrito de Santarém e resultou de um protocolo assinado em Fevereiro de 2007, entre a Câmara Municipal de Santarém e a APAV - Associação Portuguesa de Apoio à Vítima.

Segundo os dados revelados na Conferência Regional "Parlamentos unidos no Combate à Violência Doméstica contra as Mulheres", o Gabinete de apoio à Vítima de Santarém abriu 215 processos , dos quais 151 foram casos de atendimento ao nível do apoio psicológico, 146 de apoio jurídico e 54 de apoio social. O director do departamento de Assuntos Culturais e Sociais da Câmara de Santarém, Nuno Domingos considera que "são números aterradores, se tivermos em conta a relação desconhecida em rigor, mas certamente desequilibrada, entre o número de casos desconhecidos por cada um que chega ao nosso conhecimento".

Nuno Domingos adianta que "a realidade sinalizada no trabalho que a autarquia desenvolve directamente com os municípes e a colaboração com os grupos de trabalho, tem permitido a observação de casos de violência no concelho com forte incidência na violência contra as mulheres". Nuno Domingos considera que "a realidade impõe-nos garantir as condições para o atendimento e apoio à vítima de crime e, para isso, iniciar um processo de formação e sensibilização de técnicos e a população".

Mulheres são 92% das vítimas de violência.
Dos 215 casos atendidos no Gabinete de Apoio à Vítima de Santarém 79% dizem respeito a crimes em que 92,4% das vítimas são mulheres, e 52% têm entre 26 e 45 anos de idade.
O concelho de Santarém é responsável por 46% das vítimas, seguindo-se o Cartaxo (7,5%), Alcanena e Torres Novas (6,5%), Tomar (5,1%), Almeirim (4,2%) e Abrantes (3,7%).
Mais de metade das vítimas estão empregadas, 19% desempregados e 11% reformados. Mais de 10% tem o ensino superior, 15% o ensino secundário, 15% o 3º ciclo, 15% o 1º ciclo.
Quanto aos autores dos crimes, 24% têm entre 36 e 45 anos de idade, 62% são conjuges da vítima e 11% ex-conjuges. Cerca de 30% tem problemas de álcool e 11% é dependente de estupefacientes, 14% são reformados e 10% estão desempregados.
In "O Ribatejo"



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