28/12/2008

E quando os camionistas pararam, o país parou


Durante três dias de Junho, o país parou por causa da greve dos transportadores contra o elevado preço dos combustíveis, numa acção que levou o primeiro-ministro a sentir o "Estado vulnerável" perante este protesto sem precedentes.

Entre 09 e 11 de Junho, as principais estradas portuguesas ficaram bloqueadas por centenas de pesados de mercadorias, uns em piquetes de greve e outros impedidos de circular pelos colegas camionistas.
Os supermercados sentiram a falta de produtos, os postos de abastecimento estavam vazios e até as forças de autoridade tiveram de racionar os combustíveis.
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Durante três dias, foi patente a fragilidade da ordem pública perante um boicote deste tipo. Os bombeiros limitaram as saídas às emergências, as autoridades foram chamadas a fazer protecção a caravanas de combustíveis de emergência, camiões foram apedrejados e incendiados um pouco por todo o país e morreu um camionista em Alcanena.

Ao fim de dois dias, os dirigentes associativos dos transportadores chegaram a acordo mas os grevistas dos piquetes não concordaram, fazendo com que o poder caísse outra vez na rua, ou melhor, na estrada.
O Carregado foi a capital dos protestos e da intransigência. O principal centro abastecedor de Lisboa fez adiar por um dia o acordo, consolidando-se como o ponto mais quente de um conflito que levou o Governo a ameaçar ordenar a requisição civil dos camionistas.

"Todos temos de tirar lições do que aconteceu nestes três dias" e em "alguns momentos eu senti o Estado vulnerável", afirmou, no final da crise, José Sócrates.
(...) - PJA - Lusa / Notícias Sapo

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