05/07/2008

Posto de combustível junto a habitações no Peral


Inicialmente apreensivos, os moradores foram tranquilizados pela autarquia e dono da obra, que fica a 15 metros das suas casas.

Um posto de combustíveis junto à rotunda principal de Alcanena foi implantado a cerca de 15 metros de duas casas de habitação, o limite mínimo de distância previsto pela legislação. Os moradores do pequeno lugar de Peral, onde as bombas estão localizadas, um casal de meia idade que vive ali há 28 anos e um grupo de imigrantes ucranianos que arrendou uma das habitações, ficaram surpreendidos quando, há cerca de dois meses, viram nascer à frente das suas portas um posto de combustível afecto ao Intermarché de Alcanena, uma vez que não foram “vistos nem achados” no processo. O contacto com a autarquia e o dono da obra viria, no entanto, a tranquilizá-los pelo que resolveram não protestar jurídicamente contra a situação.

Só depois da terraplanagem e do aterro feito, um dos moradores, que não se quis identificar pois diz “não querer problemas com o dono do Intermarché com quem tem boas relações”, soube o que era a obra. Segundo disse, nem a Câmara de Alcanena, que licenciou a obra, nem o dono do posto de combustível lhe deram alguma satisfação. “Só me disseram que isto ia ficar mais embelezado”, aponta.

Quando soube, o morador dirigiu-se à câmara para reclamar mas lá foi-lhe assegurado que a situação não representaria perigo uma vez que obedece a todas as normas de segurança. Já mais tarde, refere que o gerente do Intermarché deslocou-se ao local e trocou algumas palavras com ele, assegurando-lhe que as bombas não representariam perigo algum e lhe deixava “as passagens arranjadas”. Mesmo assim, os moradores levantam ainda algumas reservas no que diz respeito à sua segurança, uma vez que receiam que se dê um incêndio ou uma explosão. Também suspeitam que o sossego a que estavam habituados termine quando as bombas entrarem em funcionamento, dado a afluência de tráfego.



O presidente da Câmara Municipal de Alcanena, Luís Azevedo (ICA), salienta que o novo posto de combustível recebeu o parecer favorável da Estradas de Portugal (EP) uma vez que o acesso às bombas se faz pela EN 361, uma via que “vai dar a nada” uma vez que termina ao esbarrar no talude da variante de Alcanena. Segundo o autarca, toda a zona onde se encontra instalado o posto de combustível está no âmbito da jurisdição da EP pelo que a Direcção de Estradas exigiu fazer o licenciamento, antes da câmara dar o seu aval.

A única preocupação do autarca era do foro ambiental e assentava nos derrames de produtos advindos da lavagem de veículos mas a situação já foi salvaguardada. De resto, “todas as recomendações foram seguidas pelo proprietário”, reforça, estranhando que alguém tenha levantado problemas a este projecto uma vez que a relação dos moradores e proprietários dos terrenos do lugar com o empreiteiro “sempre foi exemplar”.



O MIRANTE tentou contactar o proprietário do Intermarché de Alcanena, Vasco Simões, para obter mais informações mas, após várias tentativas, tal não foi possível até ao fecho desta edição.
Elsa Ribeiro Gonçalves in "
O Mirante"

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